terça-feira, 25 de julho de 2017

Estamos tão acostumados...

Estamos tão acostumados com a falta de honestidade e respeito das pessoas que quando podemos usufruir de um direito nosso, ficamos com a consciência pesada!

Logo que meu pai completou 60 anos, foi até a Prefeitura fazer seu cartão do idoso, carteirinha do ônibus para usar em transporte público de graça e a plaquinha para colocar no carro e poder estacionar em vaga preferencial. Na época, minha mãe achou que era desnecessário, imagina, só porque fez 60 anos já correndo providenciar essas coisas...

Estamos tão acostumados com a falta de honestidade e respeito das pessoas que quando podemos usufruir de um direito nosso, ficamos com a consciência pesada!

Estive em São Paulo com meus pais no último domingo, acompanhando meu pai em um exame no Hospital dos Servidores Públicos (IAMSPE). Meus pais tem mais de 60 anos, são idosos e por essa razão, possuem alguns direitos garantidos por lei, como, não pagar passagem em meios de transporte, preferência em filas e assentos em ônibus, metrô, entre outros.

Chegando no Terminal Rodoviário, minha mãe e eu fomos utilizar o banheiro. Fila enorme, mulheres reclamando. Chegou a vez de minha mãe, e eu fiquei aguardando, quando uma Sra, andando com dificuldades, de muleta, "furou" a fila, eu era a próxima e a moça atrás de mim, ao ver ficou brava. Creio que não exista preferências para esse tipo de fila, mas o bom senso nesse caso fala mais alto!

Estamos tão acostumados com a falta de honestidade e respeito das pessoas que quando podemos usufruir de um direito nosso, ficamos com a consciência pesada!

Comprei meu ticket para o metrô, meus pais não precisaram pagar por causa da idade. Pegamos a linha Azul, até a estação Santa Cruz, são 20 min de viagem. Ao adentrarmos no vagão, uma mulher pede a sua filha para sair do assento preferencial para dar lugar ao meu pai (minha mãe já havia sentado em um desses assentos preferencias). Meu pai, sem graça pois era uma criança de aproximadamente 09 anos, disse que não era necessário, mas essa mãe, preocupada em ensinar Cidadania para filha, insistiu para que ele sentasse, e só assim ele sentou.

Estamos tão acostumados com a falta de honestidade e respeito das pessoas que quando podemos usufruir de um direito nosso, ficamos com a consciência pesada!

Almoçamos, fomos ao Hospital, meu pai realizou o exame. Resolvemos voltar a pé e apreciar a cidade. Novamente ficamos matando um tempo no Shopping e voltamos ao Terminal Rodoviário pela mesma linha de metrô. Mais 20 min de viagem. Mesmas situações. Um moço, muito educado, ao ver minha mãe, se levantou e deu lugar a ela no assento preferencial. Meu pai sentou a mais ou menos 05 metros de distância, também no assento preferencial. Quando paramos na estação da Sé, muitos passageiros desceram, e vagou duas cadeiras junto ao meu pai, que logo chamou a mim e minha mãe, "segurando" o lugar com a pasta de exames. Fui correndo, minha mãe demorou um pouco e uma "mocinha" de uns 17 anos, mesmo vendo que meu pai estava "guardando" lugar para nós, correu na frente de minha mãe e pegou o lugar que seria dela. Claro que deixei a mãe sentar, e a mocinha, do nada adormeceu, e também do nada acordou quando chegou ao seu destino.

Estamos tão acostumados com a falta de honestidade e respeito das pessoas que quando podemos usufruir de um direito nosso, ficamos com a consciência pesada!

Uma pequena reflexão sobre os direitos dos idosos, que também se aplica a gestantes, pessoas com deficiência!

Fica aqui meu agradecimento ao moço que gentilmente cedeu seu lugar a minha mãe. E os meus Parabéns a mãe que com aquele gesto, ensinou muito a sua filha que com certeza será uma cidadã do bem! Com relação a mocinha adormecida, só lembro que um dia ela será idosa e passará por essas mesmas situações. E se depender da geração dela, com raríssimas exceções,  não haverá mais respeito!